O
objetivo desse artigo é refletir sobre o conflito no discurso da imprensa. Mais
especificamente, pretendemos investigar o confronto de formações discursivas
(FDs) antagônicas presente no discurso jornalístico, indiciando ao mesmo tempo
um sentido dominante e um dominado, e mostrando que o discurso não irrompe
livremente, como fruto da vontade ou da escolha do sujeito. HAROCHE (1992,
p.158) aprofunda tal conceito, afirmando que o “sujeito não é livre, ele é falado, isto é, dependente, dominado”. Há
certa inscrição desse sujeito aprisionado, (cativo pelo que diz); e tal
assujeitamento é afetado pela ideologia, que disponibiliza certas zonas de
sentido como permitidas e outras como proibidas para o sujeito. Essa
determinação ideológica materializa, na superfície lingüística, pistas do seu
funcionamento.
Para alcançar a significação de tais pistas
lingüístico-discursivas, e fazer sua interpretação, baseamo-nos no paradigma
indiciário, proposto por GINZBURG (1989, p.151/152), que se baseia em dados
vistos como marginais, negligenciados como menores e tidos como pouco
importantes, que fazem a grande diferença no momento da análise. Investigando
como o homem se constituiu um grande decifrador de pistas, ao longo do tempo, o
autor sintetiza:
“Por
milênios o homem foi caçador. Durante inúmeras perseguições, ele aprendeu a
reconstruir as formas e movimentos das presas invisíveis pelas pegadas na lama,
ramos quebrados, bolotas de esterco, tufos de pêlos, plumas emaranhadas, odores
estagnados. Aprendeu a farejar, registrar, interpretar e classificar pistas
infinitesimais como fios de barba. Aprendeu a fazer operações mentais complexas
com rapidez fulminante, no interior de um denso bosque ou numa clareira de
ciladas (...) Decifrar ou ler pistas de animais são metáforas”.
Temos interesse de nos debruçar sobre o discurso jornalístico
como caçadoras de pistas, de pegadas do sujeito, de secreções do sentido,
tocando os suores do enunciado que escorrega pelas margens. Em plena sintonia
com a Análise de Discurso de filiação francesa (AD, a partir de agora), fixamos
a certeza de que o dito guarda pegadas do que é silenciado, há marcas de denegações,
sentidos da memória e vacilos que interessam ao analista. Não apenas o que
está escrito, mas também o “que não está lá” importa ao analista, visto que
uma das questões que a AD levanta ao se aproximar dos dados é: “O que ele (o sujeito do discurso) deixou de
dizer quando disse x?”. Para atingir esse nível
de interpretação, que extrapola o do enunciado, a AD propõe a noção de interdiscurso, o equivalente
à memória do dizer, à história que se inscreve no que é dito e significa à
revelia do sujeito. O interdiscurso faz um papel de mecanismo, que renegocia
o sentido das formações discursivas (FDs) os lugares disponíveis do sentido.
A esse respeito, AGUSTINI
(2000, p.15) afirma:
“Estabeleci
uma analogia ilustrativa entre o dizer e uma colcha de retalhos. Comparando-os,
posso perceber que o dizer resulta de recortes do interdiscurso (memória do
dizer) que o sujeito-falante, imbuído histórica e ideologicamente por um lugar de significação, (re) corta e
costura. Em alguns pontos da colcha, o acabamento perfeito não permite
visualizar os arremates, mas há outros lugares em que os arremates são visíveis
(dobras interdiscursivas). Os arremates não são, portanto, acidentes do/no
tecido. São processos interdiscursivos próprios do funcionamento do dizer. São
tecidos interdiscursivos que se torcem (...) e se dobram no processo de
confecção da colcha. A unidade da colcha reside, por conseguinte, no sistema
que torna possível e que rege a colcha. Essa analogia dizer-colcha me permite
compreender e explicitar que todo dizer se constrói por um retorno constante a
outros dizeres presentes no interdiscurso (memória do dizer)”
Sendo memória discursiva é constitutiva do
sentido, segue-se que há sempre várias vozes, historicamente já constituídas,
que voltam à tona, ressignificando os enunciados produzidos num dado momento
histórico. Assim, existe uma amarração do discurso do sujeito com o discurso do
outro. Tem-se aí uma relação muitas vezes contraditória de dependência /
identificação / associação a uma formação discursiva. Deste modo, a AD de
filiação francesa fornece subsídios teóricos para respondermos às seguintes
questões, que se colocam como objetivos deste artigo: Como o discurso
jornalístico apresenta o sem-terra? Qual é o sentido dominante sobre o MST que
circula na mídia? De que forma a ideologia atua no discurso jornalístico,
naturalizando um certo sentido como se fosse o único possível, e interditando
zonas do interdiscurso onde outros sentidos poderiam circular? Como os dizeres
já significados nas lutas camponeses voltam a integrar o discurso jornalístico?
Dito de outra maneira, interessa-nos
averiguar qual posição diante do poder instituído, quais sítios de significação
tais dizeres instalam, criando ao mesmo tempo no leitor uma ilusão de
objetividade. É certo que a ideologia organiza direções de leitura, fazendo
circular alguns sentidos e desviando outros tantos indesejáveis. Ao enunciar, o
sujeito recorta na rede de filiações de sentidos (interdiscurso, constituído
historicamente) os dizeres que melhor contemplam a noção de “verdade segura”, tão
proclamada pelos órgãos de imprensa. Sob o pretenso manto da tríade
objetividade-neutralidade-distanciamento dos fatos, o sujeito do discurso
jornalístico textualiza a ilusão do didatismo de informar e comunicar a
novidade. Ilusão porque, para a AD, não há um sentido já fixado, prévio,
antecipado no dizer. Desta forma a noção de texto como comunicação (idéia e
conteúdo transparentes) é descartada por princípio. Também esse não foi o
manequim escolhido pela autora MARIANI (1998). Ela retirou a maquilagem discursiva
que a imprensa havia construído sobre o PCB ao longo de quase setenta anos.
Citamos, então, um fragmento de seu trabalho (op. cit., p. 63) por aplicar-se
também ao MST:
“Os
jornais lidam com o relato de eventos inesperados, possíveis e/ou previsíveis.
Em seu funcionamento, o discurso jornalístico insere o inesperado (aquilo para
o que ainda não há memória) ou possível/ previsível (ou seja, fatos para os
quais se pode dizer algo porque guardam semelhanças com eventos ocorridos
anteriormente) em uma ordem, ou seja, organizando filiações de sentidos
possíveis para o acontecimento (...) Para tanto, os jornais nomeiam, produzem
explicações, enfim ‘digerem’ para os leitores aquilo sobre o que se fala. Esse
processo de encadeamento cria a ilusão de uma relação significativa entre
causas e conseqüências para os fatos ocorridos. Encontra-se nesse funcionamento
jornalístico um dos aspectos de convencimento que envolve os leitores”.
Na tentativa de explicar o
mundo, o discurso jornalístico engorda suas estratégia para fazer a informação
parecer segura, confiável e fiel à realidade, como se esse fosse o único modo
de dizer. Lançando mão de tabelas, gráficos, mapas, estatísticas, quadros
explicativos, pesquisas inéditas, fotografia e fotomontagens, a tônica do discurso
jornalístico é generalizar e fixar um dizer como irrefutável. Esta manobra
torna-se ainda mais poderosa quando textos, reportagens e matérias aparecem sem
autor explícito. Tal ausência de um nome, de um responsável pelo dito, tem
impacto na relação imaginária com o leitor, que passa a acreditar (daí advindo
a credibilidade) que não se trata ali de uma mera opinião pessoal, partícula de
um mundinho reduzido e digno de apenas uma voz, mas sim de um julgamento
universal, compartilhado por todos. Assim, o efeito de sentido do discurso
jornalístico aproxima-o de uma Lei. E Lei não comporta opinião, interpretação
nem crítica; deve ser aceita e maximizada na sua impessoalidade.
Esse modo de formular tais
questões nos faz abrir espaço para analisar uma matéria, publicada pela revista
Veja em 10 de maio de 2000, cujo título é “Sem
terra e sem lei”, assinada por Eduardo Oinegue. Na capa da publicação, o
fundo verde da bandeira brasileira contrasta com a bandeira-tremulante do MST.
Já no uso das cores há certa intencionalidade: o verde da soberania nacional,
da riqueza e do patrimônio naturais mais ufanistas do país em contraposição ao
vermelho do socialismo, ameaça do passado que retorna ressignificando com nova
roupagem. O título da matéria anuncia: “A
tática da baderna - O MST usa do pretexto da reforma agrária para pregar a
revolução socialista”. No texto da reportagem, no interior da revista,
aparece uma foto-montagem de Stedile, vestido no estilo James Bond, de smoking
e gravata, brandindo uma pistola, e com a seguinte legenda:”Meu nome é
Stedile”. Logo ao lado, o sujeito-repórter enuncia uma seqüência factual
das ações do MST, no estilo de flashes rápidos e, depois, formula algumas
considerações sobre a reforma agrária no país. Deste modo, os MST e seus integrantes
são apresentados como protagonistas das seguintes cenas enunciativas:
-
“invade prédios públicos”
-
“realizaram invasões”
-
“foram atacadas regionais do INCRA”
-
“organizou saques a supermercados”
-
“danificaram bens públicos e propriedades
particulares”
-
“houve muita confusão (...) e uma tragédia”
-
“invadiram
repartições públicas impedindo-as de funcionar”
-
“mantiveram servidores em cárcere privado”
-
“a tropa de choque fez a desocupação e prendeu
quinze manifestantes”
-
“o governo mandou oitocentos policiais conter o
avanço de quarenta ônibus que levavam os sem-terra”
Tais recortes nos permitem a interpretação de que
esse discurso remete a uma posição de classe, conformada ideologicamente por um
sujeito que se sente ameaçado, quando se trata de forma agrária, e MST. Há aí
uma concordância com a mesma FD oficial, que construiu uma imagem de perigo e
uma representação de bandidagem sobre o MST. No plano ideológico, encaminha o
leitor para uma condenação do movimento e indica a pena a que deve ser
submetido: extermínio e prisão. Faz retornar o estereótipo de James Bond para
produzir um efeito ao mesmo tempo de fanfarronice e de perigo. Discursivamente
falando, este embate ocorre não entre agentes concretos, mas entre formações
discursivas antagônicas. Assim, aqueles que enunciam de um outro lugar social,
diferente daquele da classe dominante, devem ser exterminados ou
ridicularizados diante da opinião pública. A FD na qual a revista Veja se
inscreve retoma a história, o interdiscurso, em lugares específicos e regulariza
o papel da memória através das paráfrases, de substituições. Antes, eles
matavam o gado; agora, “se apropriam dos
bens dos fazendeiros”. Antes, promoviam a desordem no campo, hoje “destroem bens públicos ou dos fazendeiros”.
Antes, fundavam povoados e redutos fanáticos, hoje formam “quadrilhas e praticam crimes” de “invasão, lesão
corporal, cárcere privado, corrupção de menores”.
Como a complementar o seu papel de juiz, o discurso
jornalístico sentencia a solução para o caso. Longe de avaliar os fatos de modo
imparcial, o que se concretiza discursivamente aqui é que a única medida (único
sentido adequado) é a condenação da liderança. A repetição em negrito do
significante “pena” endossa tal
tentativa. Aprioristicamente, a revista fecha o caso, encerrando qualquer
perspectiva de defesa, de liberdade. Em resumo: “prisão”. Sob a sombra da Lei, a concepção de verdade mais uma vez é
evocada. A Lei está acima de qualquer autoridade. Esse é tecido discursiva
tramado (em duplo sentido) pela Veja. A perspectiva da ilegalidade reforça a
noção de perigo, nesse caso perigo nacional, já que o rol de ações do MST
passeia pelas propriedades públicas e particulares, “importunando a ordem nacional, atribulando a paz do cidadão de bem”,
e por assim dizer, afeta a propriedade e as classes abastadas. Mais do que
isso, a FD dominante faz circular um tom alarmista, satanizando os sem-terra,
trazendo à circulação, sem o dizer expressamente, o discurso religioso da luta
do Bem contra o Mal. Ainda que de modo silenciado, o sujeito-jornalista
tipifica o perigo dos “grupos”: Eles
dividem o povo, alquebram a unidade imaginária do país, esgotam os terrenos da
cidadania, promovendo a “intolerância,
indiferença, oportunismos e instrumentalizações”.
Porém, se
de um lado há uma FD funcionando da maneira como apresentamos acima, de outro,
há uma FD contrária, alocada também no discurso jornalístico, e materializada
pelo discurso da revista Caros Amigos. Em sua edição número 39 (ano IV) de
junho de 2000, a capa da revista anuncia uma entrevista explosiva com o líder
do MST (João Pedro Stedile). Temos, na capa, sob um fundo azul-céu, a foto da
liderança apresentado com a aparência de um homem distinto, humanizado, sério.
Ao invés de sacar uma pistola, o líder saca a Constituição brasileira, indicando
a ferramenta legal, o dispositivo legítimo de sua luta. Outros significantes
dispostos na capa indiciam a oposição, a disputa discursiva na qual o sujeito
se engaja. Assim, “crimes” e “grades” apontam a aparição de FDs
antagônicas. Ao lado do cano da arma, como se fosse um tiro acionado pelo
sujeito, são arroladas as várias “armas
do MST”, como a indicar os vários instrumentos de luta e resistência do
movimento. O plural acentua o efeito de sentido de que não são quaisquer armas,
mas sim as usadas pelos integrantes e líderes do Movimento. O valor simbólico e
a materializada lingüística do discurso da capa é o que nos interessa
interpretar a seguir. Em sintonia com as cores da bandeira, sinal de luta pela
pátria de tantos brasileiros excluídos, o sujeito tem o seu discurso
apresentado em pequenos recortes logo na capa da revista. A foto, as cores e o
texto configuram uma posição de sujeito de reivindicação, aglutinada em torno
da ocupação de terra. Indiciado aí está que um outro sentido se estrutura na materialidade
da língua, qual seja: a razão de ser das ocupações está vinculada à luta pela
terra, ao trabalho braçal e à representação que ele expressa. Esta capa
assinala que é possível arrebentar a distância enorme entre a casa-grande e a
senzala, entre a nobreza e a plebe, entre a fartura e a fome e, sobretudo,
entre os que têm endereço fixo e os que migram deserdados: o sujeito enuncia do
lugar social em que circulam tais sentidos.
O uso
do “nós” inclusivo (“nossa força, nos”) evoca uma
coletividade, uma representação impessoal que, atribuindo união a um conjunto,
identifica diferentes em torno do mesmo discurso. O efeito de sentido de “nossa força” na capa de uma revista
advém da polifonia: o locutor pode ser tanto Stedile quanto a própria revista,
um coletivo anônimo, porém poderoso, porque é a mídia. A “capacidade de juntar gente” indica um movimento em direção ao
“nós”, visto que individualmente os sem-terra não adquirem visibilidade no
cenário nacional. O “cada um por si” arquiteta um olhar desviante, que atribui
culpa ou desempenho a uma pessoa em particular, desvencilhando-a de um contexto
sócio-histórico. Têm essa função FDs que posicionam o trabalhador da roça como
analfabeto, incapaz, preguiçoso, limitado, sem conhecimentos acerca das
parafernálias do mundo mecanizado da agricultura. Cria-se, assim, um
imaginário, no qual o MST é representado como anacrônico, incapacitado,
perigoso e, portanto, sem prestígio social.
Merecem
atenção ainda na reportagem da Caros Amigos os seguintes recortes: “23 milhões passando fome” e “33 milhões mal
alimentados”, que constroem
um efeito de relevância para um problema do país: a fome. Temos ainda o uso de
estatísticas, que cria um efeito de realidade e verdade, capaz de ampliar a
dimensão do problema. Não são poucos; são milhões de brasileiros afetados pela
falta de alimento. Ao ressaltar a quantidade, o sujeito-jornalista discursiviza
a injustiça, a exclusão social no que diz respeito ao item básico da
sobrevivência humana: a alimentação. Por não ser uma luta individual, o sujeito
enuncia números, que fortalecem o tamanho da base da pirâmide social: milhões
fora das mínimas condições de sobrevivência. Estatisticamente isso é
inquestionável, pura realidade. O sentido que circula aqui é de que não há
modernidade (nem pós-modernidade), quando seres humanos reviram latas de lixo
para encontrar “detritos” para comer;
quando o susto do poeta Bandeira ainda pode ser ouvido nas cidades: “O bicho, Meu Deus, era um homem”.
A
discussão em torno do discurso jornalístico abre nova versão do conflito entre
FDS antagônicas. Quando a pauta é terra, o sujeito na posição de jornalista
porta-voz da classe dominante se inscreve em determinada região de sentido para
enunciar, predominantemente contra o MST. A FD dominante circula na grande imprensa
- jornais e revistas ‘conceituadas’ – sempre promovendo a satanização dos
sem-terra, expulsando e negando a sua condição reivindicatória. A
criminalização dos líderes faz parte do jogo discursivo promovido pela
ideologia, topicalizando a marginalidade em dose dupla: além de serem expulsos
da terra e das mínimas condições de vida, os sem-terra e o MST são expulsos
também da legalidade, o que os virtualiza como o grande Mal da atualidade
brasileira.
Contra essa FD dominante, há um movimento de resistência
do sujeito na posição de resistência. A necessidade urgente de buscar
alternativas de sobrevivência, a convivência diária com a fome e a exclusão
social e a dificuldade de interlocução com os líderes políticos fixados no
governo temperam os sentidos de indignação, revolta e mobilização social. O
imperativo na construção de um “nós”
forte e inclusivo potencializa o discurso de luta pela terra e pela cidadania.
A voz abafada e negada historicamente não se cala, já que a memória discursiva,
o interdiscurso também mobiliza e faz significar, nas frestas, o discurso dos
camponeses ao longo das lutas messiânicas e políticas desde o século passado. A
luta hoje se reveste das tentativas do sujeito-sem-terra para legitimar seu
movimento e suas reivindicações, procurando instaurar uma FD antagônica à
dominante. Assim, o que se observa na atualidade (e na mídia, principalmente) é
o discurso do conflito, a ferida aberta na nação.
Bibliografia:
AGUSTINI, Carmén Lúcia
Hernandes. Dobras inderscursivas: o
movimento do sujeito na construção enunciativa dos sentidos. Revista dos cursos de pós-graduação, 5, 9-17.
GINZBURG,
Carlo.
Mitos, emblemas e sinais, São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
HAROCHE, Claudine. Fazer
dizer Querer dizer. São Paulo: Hucitec,
1992.
MARIANI, Bethania. O
PCB e a imprensa. Campinas: Editora da Unicamp e Editora Revan, 1998.
Resumo:
O artigo analisa
o confronto no discurso jornalístico, interpretando como o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) é visto e como seus atos são narrados.
Utilizando o referencial teórico da AD (Análise do Discurso de linha francesa),
procuramos investigar os sítios de significação e dizeres determinados
ideologicamente, que se materializam na língua de duas formas: a satanização ou
a legitimidade dos sem-terra.
Palavras-chave:
sem-terra, análise de discurso, interpretação, discurso jornalístico,
confronto.
* Lucília Maria Sousa Romão é professora de redação no Ensino Médio da rede particular de ensino, coordenadora do Centro Cultural Tantas Palavras, doutoranda do Programa de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, local em que desenvolve a pesquisa: “O discurso do conflito materializado no MST: a ferida aberta na nação” sob a orientação da Profa Dra Leda Verdiani Tfouni.
* Leda Verdiani Tfouni é professora do
Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras - Universidade de São Paulo. Lingüista e Psicanalista, Master of Arts
(MA) in Language Acquisition pela University of Califórnia, USA; doutora em
Ciência pela UNICAMP, livre-docente pela USP. É autora dos seguintes livros: “Adultos
não-afabetizados - o avesso do avesso”, Pontes Editores; “Letramento e
alfabetização” (4A edição), Editora Cortez, além de vários
capítulos em livros e dezenas de artigos publicados em periódicos de circulação
nacional e internacional. Pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Departamento de
Psicologia da FFCLRP-USP.