ISEB: UM RECENSEAMENTO BIBLIOGRÁFICO

 

Edison Bariani Junior *

 

A produção teórica que aborda a existência do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) ainda é relativamente pequena; se a produção dos autores que compuseram o instituto (ou tiveram obras publicadas por este) é considerável [i] , os estudos monográficos sobre ele ainda são escassos e alguns produzidos no exterior nunca foram traduzidos e publicados no Brasil. Dos trabalhos disponíveis, a maior parte deles ocupa-se primordialmente com o período inicial do Instituto (anos 1950) [ii] e trata um tanto lateralmente o período dos anos 1960.

 

Há de fato uma variada - porém não muito extensa - gama de estudos sobre alguns dos autores principais que participaram do instituto [iii] e também um conjunto de trabalhos que se referem ao ISEB apenas de forma subsidiária ou tangencial.  Esta produção, juntamente com uma mostra de algumas das obras publicadas pelo ISEB, é aqui apresentada na forma de um primeiro recenseamento, pois se desconhece, até o presente, semelhante intento na literatura existente sobre o instituto.

 

À guisa de esclarecimento cabe acrescentar que: 1) dentre os critérios para inclusão, talvez subjetivos e certamente não sistemáticos, estão a importância relativa do trabalho, o uso e freqüência da citação pelos estudiosos do tema,  a influência que exerceu sobre as visões acerca do ISEB e a originalidade do trabalho; 2)  embora reconhecida a estreita ligação entre o ISEB e o Grupo de Itatiaia e IBESP (Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política), trabalhos sobre estes dois últimos foram incluídos mais como subsídios do que propriamente como estudos sobre ISEB; 3) preferencialmente e na medida do possível, foram citadas as primeiras edições das obras (e nos artigos os números das páginas), em alguns casos, no entanto, foram citadas outras edições pois somente estas (com seus acréscimos) tocavam no tema eleito ou estavam relacionadas à referida categoria de classificação da produção das que aqui foram esboçadas; 4)  a referência ao termos ‘recenseamento’ e ‘bibliográfico’ aparece aqui em sentido lato, uma vez que não se pretende extensivo e – também - estão relacionados trabalhos publicados (em livro, periódicos, por meio eletrônico etc.) e outros apenas divulgados mais restritamente (em conferências, congressos acadêmicos, grupos de trabalho etc.); 5) quando um trabalho inscreve-se em ambos casos (foi divulgado e publicado), a opção – óbvia, quando do conhecimento da existência da publicação -  sempre foi pela menção ao texto publicado (impresso); 6) alguns títulos poderiam enquadrar-se em mais de uma das categorias nas quais classificamos os trabalhos (obras isebianas, obras sobre o ISEB etc.), optamos por mencioná-los em apenas uma, na qual interpretamos ser a mais indicada para constar, entretanto, alguns trabalhos constam em mais de uma categoria, a saber, como obra isebiana e publicação relevante do (ou sobre o) instituto; 7) os critérios e a definição das categorias nas quais os trabalhos estão divididos constam de notas de rodapé inseridas nos títulos destas categorias; 8) ao final, estão indicadas algumas fontes pesquisadas para elaboração deste levantamento, naturalmente, estão mencionadas somente aquelas mais úteis e intensivamente usadas, posto que seria impossível relacionar todos os meios através dos quais os trabalhos foram identificados e arrolados.         


OBRAS ISEBIANAS
[iv]


ALMEIDA, Cândido Antonio Mendes de. “Nacionalismo e desenvolvimento”. Revista do Clube Militar, Rio de Janeiro, 1957.

 

______. Perspectiva atual da América Latina. Rio de Janeiro: ISEB, 1960.

 

______. “Desenvolvimento e problemática do poder”. Síntese Política, Econômica e Social, Rio de Janeiro, v. 4, n. 14, p. 60-91, abr./jun. 1962.

 

______. Nacionalismo e desenvolvimento. Rio de Janeiro: IBEAA, 1963.

 

CORBISIER, Roland Cavalcanti Albuquerque. Responsabilidade das elites. São Paulo: Martins, 1956.

 

______. “Situação e alternativas da cultura brasileira”. Digesto Econômico, Rio de Janeiro, v. 7, n. 130, p. 37-57, jul./ago. 1956.

 

______. “Nacionalismo”. Digesto Econômico, Rio de Janeiro, v. 14, n. 138, p. 59-69, nov./dez. 1957.

 

______. Formação e problema da cultura brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1958.

 

______. Brasília e o desenvolvimento nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1960.

 

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS BRASILEIROS. Introdução aos problemas do Brasil. Rio de Janeiro: MEC/Departamento de Imprensa Nacional, 1956.

 

JAGUARIBE, Hélio. “Para uma política nacional de desenvolvimento”. Conselho Nacional do Trabalho, Rio de Janeiro, jan./mar. 1956.

 

______. A filosofia no Brasil. Rio de Janeiro: ISEB, 1957.

 

______. “Sucinta análise do nacionalismo brasileiro”. Revista do Clube Militar, Rio de Janeiro, 1957.

 

______. Condições institucionais do desenvolvimento. Rio de Janeiro: ISEB, 1958.

 

______. O nacionalismo na atualidade brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1958.

 

PEREIRA, Osny Duarte. Estudos nacionalistas: considerações à margem do Brasil contemporâneo. São Paulo: Fulgor, 1960.

 

______. “O ISEB. O desenvolvimento e as reformas de base”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 47, p. 23-41, mai./jun. 1963.

 

______. Quem faz as leis no Brasil?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962.

 

PINTO, Álvaro Borges Vieira. Ideologia e desenvolvimento nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1956.

______. Introdução. In: JASPERS, Karl. Razão e anti-razão em nosso tempo. Rio de Janeiro: ISEB, 1958.

______. Textos selecionados para o ensino. Rio de Janeiro: ISEB, 1959(?), mimeo.

______. Consciência e realidade nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1960, v. I e II.

______. Por que os ricos não fazem greve?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962.

 

______. “Indicações metodológicas para a definição do subdesenvolvimento”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Belo Horizonte, v. III, n. 2, p. 252-79, jul. 1963.

 

RAMOS, Alberto Guerreiro. “A dinâmica da sociedade política no Brasil”. Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, v. 1, 1956, pp. 23-38.

 

______. Apresentação. In: RANGEL, Ignácio. Dualidade básica da economia brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, p. 7-14, 1957.

 

______. “Fundamentos sociológicos do poder nacional”. Revista do Clube Militar, Rio de Janeiro, 1957.

 

______. Condições sociais do poder nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1957.

 

______. Ideologias e segurança nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1957.

 

______. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Andes, 1957.

 

______. “Estrutura atual e perspectivas da sociedade brasileira”. Revista Brasiliense, São Paulo,  n. 18, p. 48-59, 1958.

 

______. A redução sociológica. Rio de Janeiro: ISEB, 1958.

 

______. “Nacionalismo e problemas brasileiros”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 21, p. 35-50, jan./fev. 1959 [sob pseudônimo de “X.X.X.”, que atribuo ao autor].

 

______. O problema nacional do Brasil. Rio de Janeiro: Saga, 1960.

 

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. “Desenvolvimentismo: ideologia dominante”. Tempo Brasileiro, v. 1, n. 2, p. 155-92, dez. 1962.

 

______. Introdução ao estudo das contradições sociais no Brasil. Rio de Janeiro: ISEB, 1963.

 

______. Quem dará o golpe no Brasil?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962.

 

______. “Quando a crítica é que dá o golpe”. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 4, n. 16, p. 375-86, mar. 1963.

 

______. Reforma contra reforma. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1963.

SODRÉ, Nelson Werneck. As classes sociais no Brasil. Rio de Janeiro: ISEB, 1957.

______. Introdução à revolução brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958. 

 

______. Raízes históricas do nacionalismo brasileiro. Rio de Janeiro: ISEB, 1959.

 

______. A  ideologia do colonialismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961.

 

______. Formação histórica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1962.

 

______. Quem é o povo no Brasil?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962.

 

______. “A burguesia brasileira e a República”. Revista de Estudos Sociais, Rio de Janeiro, v. 5, n. 17, p. 19-45, jun. 1963.

 


OBRAS SOBRE O ISEB [v]


ABRANCHES, Aparecida Maria. Os percalços da crítica; o ISEB e a conjuntura pré-64. Dissertação (Mestrado) – Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), Rio de Janeiro, 1997.

______. Ciências sociais e vocação política; o caso do ISEB. In: MAIO, Marcos Chor; VILLAS BÔAS, Gláucia (Orgs.). Ideais de modernidade e sociologia no Brasil: ensaios sobre Luiz Aguiar Costa Pinto. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1999, p. 329-343.

ABREU, Alzira Alves de. Nationalisme et action politique au Brèsil: une etude sur l´ISEB. Tese (Doutorado) - Université René Descartes, Paris, 1975, mimeo.

______; FLAKSMAN, Dora. “Verbete: Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB)”. Dicionário histórico-bibliográfico brasileira (1930 – 1983). Rio de Janeiro: FGV-CPDOC.

ARQUIVO NACIONAL. Base mapa [organização e sistematização de toda coleção legal que cria, dispõe e finalmente extingue o ISEB 1955-1964].

BARIANI, Edison. “ISEB: fábrica de controvérsias”. Espaço acadêmico, n. 45, fev. 2005. Disponível em  http://www.espacoacademico.com.br/045/45cbariani.htm, acesso em 7 de fevereiro de 2005.

BRASIL. Decreto n. 57.608, de 14 de julho de 1955 [decreto de criação do ISEB].   

BRASIL. Decreto n. 45.811, de 15 de abril de 1959 [decreto que alterava o Regimento Geral do ISEB, extinguindo o Conselho Consultivo, criando a Congregação e concedendo assim relativa autonomia ao ISEB].

BRASIL. Decreto n. 53.884, de 13 de abril de 1964 [decreto de extinção do ISEB].

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. “O conceito de desenvolvimento do ISEB rediscutido”. Dados, Rio de Janeiro, v. 47, n. 1, p. 49-84, 2004.

CHAUÍ, Marilena. “A ideologia acima de qualquer suspeita”. Almanaque, São Paulo, v.7, p.113-116, 1978.

CORBIBISIER, Roland. “O nacionalismo segundo ISEB”. In: ______. Filosofia e crítica radical. São Paulo: Duas Cidades, p. 17-23, 1976.

DEBERT, Guita Grin. A política do significado no início dos anos 60: o nacionalismo no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e na Escola Superior de Guerra (ESG). Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1986, 2 v.

FRANCO, Maria Sylvia Carvalho. Apresentação. In: TOLEDO, Caio Navarro de. ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, p. 11-15, 1977 (Ensaios, 28).

______. “O tempo das ilusões”. In: CHAUÍ, Marilena & FRANCO, Maria Sylvia Carvalho. Ideologia e mobilização popular. Rio de Janeiro, Paz e Terra/CEDEC, p. 151-209, 1978.


GAYLORD, Donald Roderick. Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) and Developmental Nationalism in Brazil, 1955-64. Thesis (Ph. D.) - Latin American Studies of  Tulane University, New Orleans, Lousiana, USA, 1991.

HERNANDEZ, Leila Leite. O nacionalismo e o ISEB: notas para debate. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Pensamento Social no Brasil”, ANPOCS, 1986.

IANNI, Octávio.  “Neobismarkismo (ISEB)”. In: ______. O ciclo da revolução burguesa. 2ª ed., Petrópolis: Vozes, p. 55-62, 1985.


JAGUARIBE, Hélio. “ISEB, um breve depoimento e uma reapreciação crítica”. Cadernos de Opinião, n. 14, p. 94-110, out./nov. 1979.

______. “20 anos: breves reflexões sobre o IBESP e o ISEB”. Jornal do Brasil, 25 set. 1977.

LAMOUNIER, Bolívar. “O ISEB: notas à margem de um debate”. Discurso, São Paulo, 1979, n. 9, p. 153-8,  nov. 1978.

MARINHO, Luiz Carlos de Oliveira. O ISEB em seu momento histórico. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 1986.

 

MOREIRA, João Roberto. “O ISEB e os católicos”. A Ordem, Rio de Janeiro, v. 62, n. 6, p. 729-732, dez. 1959.

 

MOTTA, Luiz Eduardo P. “O ISEB no banco dos réus”. Comun, Rio de Janeiro, v. 5, n. 15, p. 119-45, ago./dez. 2000.

 

ORTIZ, Renato. Alienação e cultura: o ISEB. In: ______. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 45-67.

 

PEREIRA, Alexsandro Eugenio. “A crítica e a polêmica em torno do ISEB”. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 10/11, p. 259-65, 1998.

 

______. Estado, capital estrangeiro e desenvolvimento econômico na produção intelectual do ISEB (1955-1964). Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1998.

 

______. O ISEB na perspectiva de seu tempo: intelectuais, política e cultura no Brasil 1952-1964. Tese (Doutorado em Ciência Política) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2003.

 

PEREIRA, Osny Duarte. “O ISEB. O desenvolvimento e as reformas de base”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 47, p. 23-41, mai./jun. 1963.

 

PIRES, Cecília Maria Pinto. O ISEB e a questão do nacionalismo. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 1987.

 

TOLEDO, Caio Navarro de. ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, 1977 (Ensaios, 28).

 

______. “Teoria e ideologia na perspectiva do ISEB”. In: MORAES, Reginaldo; ANTUNES, Ricardo; FERRANTE, Vera B. (Orgs.). Inteligência brasileira. São Paulo: Brasiliense, p. 224-56, 1986.

 

______. Prefácio à nova edição. In:______. ISEB: fábrica de ideologias. Campinas: Unicamp, p. 9-15, 1995 (Pesquisas).

 

______. “Intelectuais do ISEB, esquerda e marxismo”. In: MORAES, João Quartim de (Org.). História do marxismo no Brasil. Teorias. Interpretações, v. III. Campinas: Unicamp, p. 245-274, 1998.

 

SODRÉ, Nelson Werneck. A verdade sobre o ISEB. Rio de Janeiro: Avenir, 1978 (Depoimento, 4).

 

______. “História do ISEB. Formação”. Temas de Ciências Humanas, São Paulo, Grijalbo, v. 1, p. 101-119, 1977.

 

______. “História do ISEB. Crise”. Temas de Ciências Humanas, São Paulo, Grijalbo, v. 2, p. 119-143, 1977.

 

______. “História do ISEB. Fechamento”. Temas de Ciências Humanas, São Paulo, Grijalbo, v. 4, p. 69-91, 1979.

 

______. “Brasil: a luta ideológica”. Temas de Ciências Humanas, São Paulo, Grijalbo, v. 3, p. 119-53, 1978.

 

______. A ofensiva reacionária. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992.


VALE, Antonio Marques do. Papel e formação do intelectual e o planejamento da educação nos "históricos" do ISEB. Tese (Doutorado) Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília, 2001.

WHITAKER, Arthur P.; JORDAN, David C. Nationalism in contemporary Latin America. New York: [s. n.], p. 79-88, 1966.

 

OBRAS SOBRE AUTORES ISEBIANOS [vi]

 

ABRANCHES, Aparecida Maria. “O nacionalismo no pensamento de Guerreiro Ramos à luz do debate atual”. TrapézioCampinas, n. 3/4, p. 23-36, 1º sem. 2003.

ANDREWS, Christina W. “Revisiting Guerreiro Ramos’ ‘The New science of organizations’ through habermasian lenses: a critical tribute”. Administrative theory & praxis,  v. 22, n. 2, p. 246-72, 2000.

AZEVEDO, Ariston; ALBERNAZ, Renata Ovenhausen. O existencialismo na sociologia de Guerreiro Ramos. Trabalho apresentado ao XXIII Congresso da Associação Latino Americana de Sociologia, Guatemala, out. 2001.

BARIANI, Edison. A sociologia no Brasil: uma batalha, duas trajetórias (Florestan Fernandes e Guerreiro Ramos. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara, 2003.

BASTIDE, Roger. “Carta aberta a Guerreiro Ramos”. Anhembi,  São Paulo, ano III, v. 12, n. 36, p. 521-28, nov. 1953.

BOEIRA, Sérgio Luís. “Ecologia política: Guerreiro Ramos e Fritjof Capra”. Ambiente & sociedade, Campinas, v. 5, n.10, jan./jun. 2002.

BONILLA, Frank. “A national ideology for development”. In: SILVERT, K. H. Expectant peoples: nationalism and development. New York: Vintage Books, p. 232-64, 1963.

BRIGAGÃO, Clóvis. “Da sociologia em mangas de camisa à túnica inconsútil do saber”. In: RAMOS, Alberto Guerreiro. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: UFRJ, p. 8-18, 1995.

CHAVES NETO, Elias. “Resenha a ‘Introdução crítica à sociologia brasileira’, de Guerreiro Ramos”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 10, p. 199-200, mar./abr. 1957.

CORBISIER, Roland. Autobiografia filosófica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

CÔRTES, Norma. Esperança e democracia: as idéias de Álvaro Vieira Pinto. Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2003 (Origem).


CRUZ, José Saraiva. Guerreiro Ramos e a construção ideológica do nacionalismo desenvolvimentista. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro  (UERJ), Rio de Janeiro, 2002.

CUNHA, Paulo Ribeiro da. Um olhar à esquerda: a utopia tenentista na construção do pensamento marxista de Nelson Werneck Sodré. São Paulo: FAPESP; Rio de Janeiro: Revan, 2002.

DEBRUN, Michel. “O problema da ideologia do desenvolvimento”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Belo Horizonte, v. II, n. 2, p. 237-279, jul. 1962.

______. “A compreensão ideológica da história”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 46, p. 82-100, mar./abr. 1963.  


DUCATTI, Ivan. Os "restos feudais" no Brasil como metáfora política: uma leitura de Nelson Werneck Sodré. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2003.

FREITAS, Marcos Cezar. “Brasil 1954 – 1964: sugestão de roteiro a partir da ‘História das idéias educacionais’ (Anísio e Vieira Pinto)”. Revista Brasileira de História; Brasil 1954 – 1964, v. 14, n. 27, p. 167-178, 1994.

______. Álvaro Vieira Pinto: a personagem histórica e sua trama. São Paulo: Cortez/USF-IFAN, 1998.

GORENDER, Jacob. “Correntes sociológicas no Brasil”. Estudos sociais, n. 3/4, p. 335-52, set./dez. 1958.

GUIMARÃES, A. Côrtes. “A presença do pensamento de Ortega y Gasset no Brasil: verdade e consciência em Álvaro Vieira Pinto”. In: ______. Pequenos estudos de filosofia brasileira. Rio de Janeiro: Nau, 1997. 

 

HERNANDEZ,  Leila Leite. Sobre Hélio Jaguaribe. Texto apresentado ao Grupo de Trabalho “Pensamento Social no Brasil”, ANPOCS, 1987.

 

______. “Introdução ao pensamento de Hélio Jaguaribe: seus artigos de 1949 no Jornal do Comercio”. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro,  v. 23, n. 1, p. 36-45, jan. 1989.

 

JAIME, Jorge. História da filosofia no Brasil, v. 3 e 4. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Faculdades Salesianas, 2000.

 

LEBRUN, Gerard. “A ‘realidade nacional’ e seus equívocos”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 44, p. 43-62, nov./dez. 1962.

LOVATTO, Angelica. “A utopia nacionalista de Helio Jaguaribe e os tempos do ISEB”. Revista Lutas Sociais, n. 3, 1996.

MAIO, Marcos Chor. O drama de ser mulato: raça, intelectuais e nação na sociologia de Guerreiro Ramos. Texto apresentado ao Grupo de Trabalho “Pensamento Social no Brasil”, ANPOCS, 1995.

______. “Uma Polêmica Esquecida: Costa Pinto, Guerreiro Ramos e o Tema das Relações Raciais”. Dados, Rio de Janeiro, v. 40, n.1, 1997.

______. “A questão racial em Guerreiro Ramos”. In: ______; SANTOS, Ricardo V. (Orgs.) Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/CCBB, p. 179-93, 1996.

MELLO, R. “Crítica de livros: ‘Ideologia e desenvolvimento nacional’ de Álvaro Vieira Pinto”. Estudos Sociais, nº 7, p. 373-76, mar. 1960.

 

MENDES, Cândido. “Álvaro Vieira Pinto: a conquista da consciência nacional”. In: ______. O vinco do recado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. 37-58, 1996.

 

NUNES, Benedito. “Considerações sobre a redução sociológica”. Estudos sociais, n. 3-4, set./dez. 1958.

 

OLIVEIRA FILHO, Virgílio Roma de. Dualidade e revolução no pensamento isebiano: as visões de Hélio Jaguaribe e Nelson Werneck Sodré. Tese (Doutorado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Ciências Humanas e Sociais - CPDA, Rio de Janeiro, 1999.

 

OLIVEIRA, Lucia Lippi de. Prefácio. In: SOARES, L. A. Alves. A sociologia crítica de Guerreiro Ramos: um estudo sobre um sociólogo polêmico. Rio de Janeiro: Copy & Arte, p. 7-8, 1993.

 

______.  A sociologia do Guerreiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995.

 

______. A sociologia de Guerreiro Ramos. Trabalho apresentado no Seminário “O projeto da UNESCO: 50 anos depois”, organizado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA. Disponível em www.ceao.ufba.br/unesco/06paper-Lippi.htm,  acesso em  10 de dezembro de 2004.

 

RAMOS, Alberto Guerreiro. “A filosofia do Guerreiro sem senso de humor”. In: ______. Mito e verdade da revolução brasileira. Rio de Janeiro: Zahar Editores, p. 193-216, 1963.

 

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Rio de Janeiro: FGV, v. 17, n. 1, jan./mar. 1983 (Simpósio Guerreiro Ramos: resgatando uma obra).

 

______. Rio de Janeiro: FGV, v. 17, n. 2, abr./jun. 1983 (Simpósio Guerreiro Ramos: resgatando uma obra).


ROUX, Jorge. Álvaro Vieira Pinto: nacionalismo e Terceiro Mundo. São Paulo: Cortez, 1990.

SANTOS, Joel Rufino dos. “O negro como lugar”. In: RAMOS, Alberto Guerreiro. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: UFRJ, p. 19-29, 1995.

SAVIANI. Demerval. “Tributo a Álvaro Vieira Pinto”. Educação & Sociedade, n. 27, p. 147-49,  set. 1987.


SCHWARTZMAN, Simon. “Desenvolvimento econômico e desenvolvimento político”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Belo Horizonte, v. III, n. 1, p. 271-82, 1963.

______. “A filosofia do subdesenvolvimento de Álvaro Vieira Pinto, 1959”. Disponível  em www.10minutos.com.br/simon/portuguese.htm,  acesso em 10 de dezembro de 2004.

SILVA, Edjane de Andrade. Educação, ciência e consciência: o lugar da ciência no projeto político-pedagógico de Álvaro Vieira Pinto. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1996.

SILVA, Marcos (Org.). Nelson Werneck Sodré na historiografia brasileira. Bauru: Edusc; São Paulo: Fapesp, 2001.

SOARES, L. A. Alves. A sociologia crítica de Guerreiro Ramos: um estudo sobre um sociólogo polêmico. Rio de Janeiro: Copy & Arte, 1993.

______. “Guerreiro Ramos: a trajetória de um pensamento”. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n. 2, p. 33-50, abr./jun. 1995.

SODRÉ, Nelson Werneck. Memórias de um soldado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.

 

SOUZA, Márcio Ferreira de. A construção da concepção de desenvolvimento nacional no pensamento de Guerreiro Ramos. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2000.

 

TEOTÔNIO JÚNIOR. “Resenha do livro ‘A redução sociológica’ de Guerreiro Ramos”. Revista Brasiliense,  São Paulo, n. 19, p. 189-195, set./out. 1958.


VAZ, Pe. Henrique Cláudio de Lima. “Consciência e realidade nacional”. Revista Síntese Política, Econômica e Social, Rio de Janeiro, ano IV, n. 14, p. 75-109,  1962.

______. “O pensamento filosófico no Brasil de hoje”. In: FRANCA, Pe. Leonel. Noções de história da filosofia. 24ª ed., Rio de Janeiro: Agir, p. 343-369, 1990.

VENANCIO FILHO, Alberto; KLABIN, Israel; BARRETO, Vicente (Orgs.). Estudos em homenagem a Hélio Jaguaribe. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

VITA, Luis Washington. “Álvaro Vieira Pinto”. In: ______. Tríptico de idéias. São Paulo: Grijalbo, p. 81-88, 1967.

 

OBRAS CORRELATAS [vii]

 

ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de. “Dilemas da institucionalização das ciências sociais no Rio de Janeiro”. In: MICELI, Sérgio (Org.). História das ciências sociais no Brasil, v. 1. São Paulo, IDESP/Vértice/FINEP, p. 188-216, 1989

ANDRADE, Primo Nunes. Panorama da batalha do desenvolvimento nacional: conferência realizada no ISEB em 21/9/56. Rio de Janeiro: Carioca, 1957.

BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. O governo Kubitschek; desenvolvimento econômico e estabilidade política (1956 – 1961). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976 (Estudos brasileiros, 8).

BIELSCHOWSKY, R. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1988.

BOSI, Alfredo. “Um testemunho do presente”. In: MOTA, Carlos Guilherme. Ideologia da cultura brasileira (1933-1974). 4ª ed., São Paulo: Ática, p. I-XVII, 1980 (Ensaios, 30).

CALDAS, Fernando Duarte. Desenvolvimento no centro do drama histórico: a ideologia nacional-desenvolvimentista e o IBESP. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1996.

 

CARDOSO, Fernando Henrique. “Entrevista concedida a L. Dantas Mota”. O Estado de São Paulo, 7 ago. de 1983.

 

CHACON, Vamireh. História das idéias socialistas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965 (Retratos do Brasil, v. 37).

 

COSTA, João Cruz. “As transformações do pensamento brasileiro no séc. XX e o nacionalismo”. Revista Brasiliense, São Paulo, n. 40, p. 50-64, mar./abr. 1962.

 

DEBRUN, Michel. “Nationalisme et politique de développement au Brésil”. Sociologie du Travail, v. VI, n. 3, p. 235-57, jul./set. 1964, e n. 4, p. 351-80, out./dez. 1964.

 

DOMINGUES. Maria Inês. O problema da consciência na filosofia contemporânea no Brasil. Tese (Doutorado) - Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 1980.

 

ESTEVAM (Martins), Carlos. “Construção de teoria na ciência social brasileira”.  Dados, Rio de Janeiro, v. 1, p. 84-115,  2° sem. 1966.

 

FERREIRA, Márcia dos Santos. O Centro Regional de Pesquisas Educacionais de São Paulo (1956 – 1961). Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2001.

 

FERREIRA, Pinto. “Panorama da Sociologia Brasileira”. Revista Brasiliense, São Paulo, parte II, n° 15, pp. 43-64, jan./fev. 1958 e  parte III, n° 16,  mar./abr. 1958, p. 25-49.

 

FREIRE, Paulo. A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967 (Ecumenismo e humanismo, 5).

 

FREITAS, Marcos Cezar. História, antropologia e a pesquisa educacional; itinerários intelectuais. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 2001.


GUANABARA, Ricardo. Sociologia, nacionalismo e debate intelectual no Brasil pós-45. Dissertação (Mestrado em Ciência Política),  Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), Rio de Janeiro, 1992. 

IANNI, Octávio. Sociologia da sociologia; o pensamento sociológico brasileiro. 3ª ed. rev. e aum., São Paulo: Ática, 1989.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA. Golpe e anti-golpe na presente situação brasileira. Rio de Janeiro: Bloch, 1955.

 

KONDER, Leandro. “História dos intelectuais nos anos 50”. In: FREITAS, Marcos Cezar. Historiografia brasileira em perspectiva. 3ª ed., São Paulo: Contexto, 2000, p. 355-74.


LAHUERTA, Milton. Intelectuais e transição: entre a política e a profissão. Tese (Doutorado em Ciência Política) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1999.

LEITE, Dante Moreira. O caráter nacional brasileiro; história de uma ideologia. 2ª ed. rev., refund. e ampl., São Paulo: Pioneira, 1969.

MACHADO NETO, A. L. Formação e temática da sociologia do conhecimento. São Paulo: Convívio/Edusp, 1979.

 

MEDEIROS, Rodrigo Loureiro. “Desenvolvimento: uma perspectiva brasileira”. Intellectus, Rio de Janeiro, ano II, v. 2, 2003. 


MOREIRA, Vânia Maria Losada. “Nacionalismos e reforma agrária nos anos 50”. Revista Brasileira de História, São Paulo, v.18, n.35, p.329-360, 1998.

MOTA, Carlos Guilherme. Ideologia da cultura brasileira (1933-1974). 4ª ed., São Paulo, Ática, 1980.

MOTTA, Luiz Eduardo P. A época de ouro dos intelectuais vermelhos (uma análise comparativa das revistas Tempo Brasileiro e Civilização Brasileira, 1962–1968). Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 1994.

 

ORTIZ, Renato. “Notas sobre as ciências sociais no Brasil”. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 27, p. 163-75, jul. 1990.

 

______. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1985.

 

PAIVA, Vanilda Pereira. Paulo Freire e o nacionalismo-desenvolvimentista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará,  1980 (Educação e transformação, 3).

 

PÉCAUT, Daniel. Os intelectuais e a política no Brasil; entre o povo e a nação. São Paulo: Ática, 1990.

RODRIGO, Lídia Maria. O nacionalismo no pensamento filosófico. Petrópolis: Vozes, 1988.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. “Preliminares de uma controvérsia metodológica”. Revista Civilização Brasileira, n. 5/6, p. 77-94.

 

______. “Paradigma e História: a ordem burguesa na imaginação social brasileira”. In: ______. Ordem burguesa e liberalismo político. São Paulo: Duas Cidades, 15-64, 1978 (História e sociedade).

 

SCHWARTZMAN, Simon (sel. e introd.). O pensamento nacionalista e os “Cadernos de Nosso Tempo”.  Brasília: UNB/Câmara dos Deputados, 1979 (Biblioteca do pensamento político republicano).


SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

VIANNA, Luiz Werneck. “Introdução: em busca de um marco comparativo”. Dados, Rio de Janeiro, v. 37, n. 3, p. 357-403, 1994.

VILLAS-BOAS. Gláucia Kruse. O sentido das mudanças na sociologia dos anos 50. Texto apresentado no grupo de trabalho Pensamento Social no Brasil, ANPOCS, 1989.

 

______. Vocação das ciências sociais (1945-1964): um estudo de sua produção em livro. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1992.

 

OBRAS EDITADAS PELO ISEB (E IBESP) [viii]

 

1) CADERNOS DE NOSSO TEMPO

 

Publicados entre 1953 e 1956, totalizando 5 volumes que vieram a marcar época, tais cadernos tiveram como vértice as discussões do Grupo de Itatiaia e consolidaram-se  coma  criação do IBESP (Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política). Mesmo após a criação do ISEB, continuaram a ser publicados por um breve período.  Os trabalhos publicados nos Cadernos de Nosso Tempo geralmente não contém citações e/ou preocupações acadêmicas, são textos de construção e combate que denotam a preocupação essencial dos autores: influir decisivamente na realidade brasileira. Entre os temas abordados, estão: o Estado, o pensamento social no Brasil, os agentes e fenômenos políticos, a economia, posição na geopolítica, a condição do negro etc. Em textos concebidos individual ou coletivamente os autores abordam os problemas latentes da sociedade brasileira – naquela década de 50 – e, mais que diagnosticar, por vezes, apresentam sugestões para  equacionar os problemas.

Embora mantivessem um caráter engajado e não-acadêmico, alguns textos apresentam contribuições teóricas a questões que viriam a fazer parte da agenda teórica do período imediatamente posterior, como: populismo, patrimonialismo, caráter privatista do Estado, nacionalismo, colonialismo, desenvolvimento, subdesenvolvimento, condição do negro etc. Colaboraram nos Cadernos..., entre outros:  Alberto Guerreiro Ramos, Cândido Mendes de Almeida, Carlos Luís Andrade, Ewaldo Correia Lima, Fábio Breves, Heitor Lima Rocha, Hélio Jaguaribe, Hermes Lima, Ignácio Rangel, João Paulo de Almeida Magalhães, José Ribeiro de Lira, Jorge Abelardo Ramos, Moacir Félix de Oliveira, Oscar Lorenzo Fernandes. Segundo Schwartzman (1979, 3) a importância dos Cadernos de Nosso Tempo [e do IBESP] “[...] é que eles contêm, no nascedouro, toda a ideologia do nacionalismo, que ganharia força cada vez maior no país nos anos subseqüentes, e serviriam de ponto de partida para a constituição do Instituto Superior de Estudos Brasileiros.”

 

2) COLEÇÕES ISEBIANAS

 

         Coleções de obras (de economia, sociologia, pedagogia, política, filosofia, recursos naturais) de autores isebianos  ou que se afinavam com certo ponto de vista dominante no instituto ou então que traziam contribuições consideradas relevantes aos temas com os quais se ocupavam – houve mesmo traduções de textos estrangeiros (como o de Karl Jaspers) e até discursos do então Presidente Juscelino Kubitschek. Geralmente eram publicados em co-edição com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), ao qual o ISEB estava ligado [ix] .

 

A) “TEXTOS BRASILEIROS DE ECONOMIA”

 

RANGEL, Ignácio. Dualidade básica da economia brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1957 (Textos brasileiros de economia, 2).

______. Recursos ociosos na economia nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1957 (Textos brasileiros de economia, 7).

PAIM, Gilberto. Industrialização e economia natural. Rio de Janeiro: ISEB, 1957 (Textos brasileiros de economia, 1).

FURTADO, Celso. Perspectivas da economia brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1958 (Textos brasileiros de economia, 3).

______. A operação Nordeste. Rio de Janeiro: ISEB, 1959 (Textos brasileiros de economia, 5).

 

B) “TEXTOS BRASILEIROS DE FILOSOFIA”

 

CORBISIER, Roland. Formação e problema da cultura brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1958  (Textos brasileiros de filosofia, 3).

DEBRUN, Michel. Ideologia e realidade. Rio de Janeiro: ISEB, 1959 (Textos brasileiros de filosofia, 5).

JAGUARIBE, Hélio. A filosofia no Brasil. Rio de Janeiro: ISEB, 1957  (Textos brasileiros de filosofia, 2).

PINTO,  Álvaro Vieira. Consciência e realidade nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1960, 2 v. (Textos brasileiros de filosofia, 1).

_____. Ideologia e desenvolvimento nacional. Rio de Janeiro: 4ª ed., ISEB, 1960 (Textos brasileiros de filosofia, 4).

 

C) “TEXTOS BRASILEIROS DE HISTÓRIA”

 

ALMEIDA, Cândido Antônio Mendes de. Perspectiva atual da América Latina. 2. ed., Rio de Janeiro: ISEB, 1960 (Textos brasileiros de história, 1).

 

D) “TEXTOS BRASILEIROS DE PEDAGOGIA”

 

NUNES, Maria Thetis. Ensino secundário e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1962 (Textos brasileiros de pedagogia, 2).

OLIVEIRA JUNIOR, Ernesto Luis de. Ensino técnico e desenvolvimento. 2. ed., Rio de Janeiro: ISEB, 1959 (Textos brasileiros de pedagogia, 1).

 

E) “TEXTOS BRASILEIROS DE POLÍTICA”

 

JAGUARIBE, Hélio. O nacionalismo na atualidade brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1958  (Textos brasileiros de política, 1).

______. Condições institucionais do desenvolvimento. Rio de Janeiro: ISEB, 1958 (Textos brasileiros de política, 2).

 

F) “TEXTOS BRASILEIROS DE SOCIOLOGIA”

 

RAMOS, Guerreiro. A redução sociológica: introdução ao estudo da razão sociológica. Rio de Janeiro: ISEB, 1958 (Textos brasileiros de sociologia, 3).

______. Ideologias e segurança nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1957 (Textos brasileiros de sociologia, 1).

SILVA, Geraldo Bastos da. Educação e desenvolvimento nacional. Rio de Janeiro: ISEB, 1957 (Textos brasileiros de sociologia, 2).

 

G) “RECURSOS NATURAIS DO BRASIL”

 

LEMOS, Newton Lisboa. Manganês: utilização, recursos nacionais, política de aproveitamento e de exportação. Rio de Janeiro, ISEB, 1959 (Recursos naturais do Brasil, 10).

SCHILLING, Paulo. Trigo: trigo e o latifúndio no Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, ISEB, 1959 (Recursos naturais do Brasil, v. 16).

 


H) OUTRAS PUBLICAÇÕES

 

JASPERS. Karl. Razão e anti-razão em nosso tempo. Rio de Janeiro, ISEB, 1958.

OLIVEIRA, Juscelino Kubitschek de; et al. Discursos. Rio de Janeiro: ISEB, 1957.

 

3) CADERNOS DO POVO BRASILEIRO

 

Coleção produzida partir de 1962 pela editora Civilização Brasileira, cujo editor Ênio Silveira - de modo corajoso e pioneiro - viabilizou um empreendimento dessa ordem, em colaboração com o ISEB; trata-se de pequenos livros, à época vendidos a preço acessível às camadas populares e de conteúdo inteligível à população menos intelectualizada, visando esclarecer o “povo” acerca dos problemas mais candentes do Brasil. Vários títulos são de autoria de isebianos ou pessoas ligadas ao Instituto, outros de intelectuais engajados com interesses no mesmo campo político (como Barbosa Lima Sobrinho e Francisco Julião) e mesmo reedição de obras de autores que influenciaram tal geração, como Virgínio Santa Rosa. Os primeiros títulos foram:

 

JULIÃO, Francisco. Que são as ligas camponesas?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 1).

SODRÉ, Nélson Werneck. Quem é o povo no Brasil?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 2).

PEREIRA, Osny Duarte. Quem faz as leis no Brasil: aspectos historicos - o poder legislativo (teoria e pratica) exemplos concretos de forças atuantes na elaboração das leis. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 3).

PINTO, Alvaro Vieira. Por que os ricos não fazem greve?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 4).

GUILHERME,  Vanderlei (Wanderley Guilherme dos Santos). Quem dará o golpe no Brasil?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 5).     

THEOTÔNIO JUNIOR. Quais são os inimigos do povo?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 6).

COSTA, Bolivar. Quem pode fazer a revolução no Brasil?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, 7).

HOLANDA, Nestor de. Como seria o Brasil socialista?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,  1963 (Cadernos do povo brasileiro, 8).

OLIVEIRA, Franklin de. Que é a revolução brasileira?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 9).

SCHILLING, Paulo R. O que é reforma agrária?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,  1963 (Cadernos do povo brasileiro, 10).

MIRANDA, Maria Augusta Tibiriça. Vamos nacionalizar a indústria farmacêutica?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 11).

MONTEIRO, Sylvio. Como atua o imperialismo ianque?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 12). 

MIGLIOLI, Jorge, 1935. Como são feitas as greves no Brasil?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 13). 

HOFFMAN, Helga. Como planejar nosso desenvolvimento?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,  1963  (Cadernos do povo brasileiro, 14).

GUERRA, Aloísio. A Igreja está com o povo?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 15).

MARQUES, Aguinaldo N. (Aguinaldo Nepomuceno). De que morre o nosso povo?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 16).        

BAILBY, Edouard Andre Henry Joseph. Que é o imperialismo?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963. (Cadernos do povo brasileiro, 17).

DUARTE, Sergio Guerra. Por que existem analfabetos no Brasil?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 18).

PINHEIRO NETO, João. Salário é causa de inflação?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 19).

RAMOS, Plinio de Abreu. Como agem os grupos de pressão?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 20).

CHACON, Vamireh. Qual a política externa conveniente ao Brasil?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,  1963 (Cadernos do povo brasileiro, 21).

SANTA ROSA, Virginio. O que foi o tenentismo?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963 (Cadernos do povo brasileiro, 22).

PEREIRA, Osny Duarte. Que é a constituição? (critica a carta de 1946 com vistas a reformas de base). Rio de Janeiro Civilização Brasileira, 1964 (Cadernos do povo brasileiro, 23).

LIMA SOBRINHO, Barbosa. Desde quando somos nacionalistas?. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,  1963 (Cadernos do povo brasileiro, 24). 

OLIVEIRA, Franklin de. Revolução e contra-revolução no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, v. extra).

SANT'ANNA, Affonso Romano de; et al.. Violão de rua: poemas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962 (Cadernos do povo brasileiro, extra).

 

4) “HISTÓRIA NOVA DO BRASIL”

 

         Publicação editada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), a partir de 1964, visando uma “revisão crítica” da história do país. Formulado por Nelson Werneck Sodré, o projeto História Nova do Brasil contou a participação de jovens pesquisadores, alunos do historiador do ISEB: Joel Rufino dos Santos, Maurício Martins Mello, Pedro Celso Cavalcanti, Pedro de Alcântara Figueira e Rubem César Fernandes.

---------------------------------

FONTES [x]

 

COSTA, Frederico Lustosa da. “Levantamento Bibliográfico”. Revista de Administração Pública,  Rio de Janeiro, FGV, v. 17, n. 2,  p. 155-162, abr./jun. 1983.

CÔRTES, Norma. Esperança e democracia: as idéias de Álvaro Vieira Pinto. Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2003 (Origem).

FREITAS, Marcos Cezar. Álvaro Vieira Pinto: a personagem histórica e sua trama. São Paulo: Cortez/USF-IFAN, 1998.


LAMOUNIER, Bolívar; CARDOSO, Fernando Henrique. “A bibliografia de ciência política sobre o Brasil (1949-1974)”. Dados, Rio de Janeiro, n. 18, pp. 3-32, 1978.

MICELI, Sergio (Org.). O que ler na ciência social brasileira (1970 – 1995). São Paulo/Brasília: Editora Sumaré/Capes, 1999, 3 v.

PAIM, Antonio. Bibliografia filosófica brasileira: período contemporâneo (1931 – 1977). São Paulo: GRD; Brasília: INL, 1979.

 

PÉCAUT, Daniel. Os intelectuais e a política no Brasil; entre o povo e a nação. São Paulo: Ática, 1990.


SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Roteiro bibliográfico do pensamento político-social brasileiro (1870 – 1965). Belo Horizonte: Editora UFMG/Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2002.

TOLEDO, Caio Navarro de. ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, 1977 (Ensaios, 28).

 

OUTRAS FONTES [xi]

 

Google, Google Schollar, Yahoo (programas de busca na rede mundial de computadores- Internet), Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara-SP e bases de bibliotecas disponíveis para acesso via Internet (UNESP, UFRJ, USP, UNICAMP, IUPERJ,  etc.).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

IANNI, Octávio.  “Neobismarkismo (ISEB)”. In: ______. O ciclo da revolução burguesa. 2ª ed., Petrópolis: Vozes, p. 55-62, 1985.

JAGUARIBE, Hélio. “ISEB, um breve depoimento e uma reapreciação crítica”. Cadernos de Opinião, n. 14, p. 94-110, out./nov. 1979.

 

PÉCAUT, Daniel. Os intelectuais e a política no Brasil; entre o povo e a nação. São Paulo: Ática, 1990.

 

SCHWARTZMAN, Simon (sel. e introd.). O pensamento nacionalista e os “Cadernos de Nosso Tempo”.  Brasília: UNB/Câmara dos Deputados, 1979 (Biblioteca do pensamento político republicano).

TOLEDO, Caio Navarro de. ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, 1977 (Ensaios, 28).


[i] Isto é, levando-se em conta que a produção desses autores compreende não só o período no qual integraram ou alinharam-se com o instituto mas também momentos anteriores e posteriores.

[ii] Periodizações do ISEB foram feitas por TOLEDO (1977), IANNI (1985), PÉCAUT (1990) e JAGUARIBE (1979).

[iii] Mesmo nesse aspecto há lacunas importantes como no que diz respeito às obras de Candido Mendes de Almeida e Roland Corbisier (ainda pouco estudadas), bem como o período final (nos anos 1960, mais à esquerda) do ISEB e seus autores/membros mais jovens. 

[iv] Compreende a produção relevante dos principais autores do instituto enquanto estes integravam-no – critério já usado por Toledo (1977) – ou mesmo publicada após a estadia destes mas cujos textos remontam ao período em que estavam nas fileiras isebianas; tal critério não pretende fazer uma classificação científica ou rigorosa (quiçá cautelosa) da produção intelectual do instituto em termos de participação e periodização e, deliberadamente, evita a análise de conteúdo - uma vez que até a questão de um ‘pensamento isebiano’ (no sentido de um repertório homogêneo de idéias) ainda é algo controverso. Artigos publicados nos Cadernos de Nosso Tempo não estão aqui discriminados, uma vez que os cadernos - situados na transição IBESP-ISEB – estão citados ao final do texto como publicação do instituto. 

[v] Compreende os estudos monográficos, sistemáticos ou simplesmente focalizados nos quais o instituto é – em alguns casos não isoladamente - objeto central.

[vi] Trabalhos nos quais alguns dos principais autores isebianos constituem objeto central ou estão intimamente relacionados na análise.

[vii] Compreende  a produção que embora não tendo o instituto ou intelectuais isebianos por objeto central, aborda – ainda que circunstancialmente – o ISEB e/ou autores e temas relacionados ao instituto.

[viii] Obras editadas pelo(s) instituto(s) ou em colaboração com outra instituição e cuja autoria é de intelectuais pertencentes aos seus quadros (ou considerados ideologicamente próximos).

[ix] Estão relacionados aqui - obviamente – somente alguns textos significativos ou exemplares.

[x] Algumas obras utilizadas no levantamento.

[xi] Outros meios de pesquisa de obras utilizados no levantamento.

 

* O Autor é Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Araraquara-SP, endereço eletrônico: edsnb@ig.com.br.

Fechar